Vem aí o Open Delivery
Tecnologia promete aumento da concorrência e redução de taxas
Por João Pimenta | 17 de Setembro 2021
O open delivery, criado pela Abrasel, está em fase de testes e a expectativa é de que os players do mercado adotem o sistema de forma maciça até o final do ano. Com o open delivery, os restaurantes poderão padronizar os cardápios e pedidos em vários marketplaces diferentes que adotarem a tecnologia. Assim, quando o cardápio for publicado, todas as empresas que estiverem dentro do open delivery vão começar a vender para aquele restaurante.
O que é o open delivery?
É uma linguagem que padroniza os sistemas de delivery, disponível gratuitamente na internet.
“Os restaurantes que tiverem acesso à padronização vão distribuir o cardápio pelo sistema e receber todos os pedidos em um lugar só, de forma padronizada. Não é um aplicativo, uma plataforma, um sistema e, portanto, não faz o contato do restaurante com o cliente. O open delivery, por ser uma tecnologia, é invisível, mas ao padronizar protocolos, permite mais segurança e conforto aos envolvidos”, afirma Celio Salles, conselheiro de administração nacional da Abrasel.
Como funciona?
“Hoje, os restaurantes passam por várias etapas para publicar e alterar o cardápio em cada um dos aplicativos em que fazem suas vendas. Com o padrão open delivery, a publicação do cardápio se dará automaticamente nos marketplaces, assim como alterações que façam ao longo do tempo”, afirma Salles. “É uma padronização da linguagem de comunicação. Na prática, não muda nada para o consumidor na hora de fazer seu pedido, mas vai abrir um monte de portas e deixar o mercado mais democrático”, completa Bianchini.
Todo mundo vai aderir?
Provavelmente não. Os principais players do mercado de delivery (iFood, Rappi e Uber Eats) não têm motivos para se interessar pela tecnologia, já que consolidaram suas marcas e têm um público cativo.
Quais as vantagens ao mercado?
Para Salles, a iniciativa vai reduzir o número de erros nos pedidos e fazer com que cheguem de forma organizada em uma mesma tela. Assim, os restaurantes devem conseguir estar em mais marketplaces ao mesmo tempo, aumentando a competitividade do mercado.
Do jeito que é hoje, os restaurantes acabam ficando reféns dos aplicativos líderes de mercado. “Como hoje o mercado está muito concentrado, o fato de os restaurantes terem que escolher poucos parceiros faz com que continue assim. Quem coloca os cardápios em vários parceiros ao mesmo tempo tende a se desorganizar”, afirma Salles.
Para Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion Consultoria, o protocolo vai facilitar a vida de todos os envolvidos. “Acreditamos que o open delivery é uma iniciativa promissora para padronizar os protocolos de integração entre as diferentes possibilidades que hoje um restaurante tem para atender seu cliente em muitos canais de vendas distintos, tais como marketplaces, apps, sites, mídias sociais, entre outros”, afirma Galante.
O que o consumidor ganha com o open delivery? Aumento de opções e, provavelmente, taxas mais atrativas. “O cliente terá mais opções de aplicativos para comprar a sua comida ou o seu restaurante preferido. Além disso, as taxas que os aplicativos cobram variam muito, mas obviamente que se o líder de mercado cobra mais alto, o cara que está chegando agora cobra mais barato. O cliente será beneficiado por mais opção de escolha em aplicativos, e eventualmente pode envolver agilidade”, afirma Salles.
Para que mais empresas entrem no open delivery, a partir do dia 13 de setembro a Abrasel vai lançar uma campanha para que os bares e restaurantes conheçam o sistema e peçam para que as empresas de softwares, adquirentes e aplicativos façam parte do sistema.
Fonte: 6 minutos/UOL