
Empresas do setor de alimentação têm menor índice de prejuízo desde dezembro, aponta Abrasel
Lucro atinge 41% dos negócios e apenas 18% operaram no vermelho
O setor de alimentação fora do lar começou a respirar um pouco melhor em maio de 2025. De acordo com a Pesquisa Nacional de Conjuntura Econômica da Abrasel, apenas 18% das empresas registraram prejuízo no período — o menor percentual desde dezembro de 2024. Em contrapartida, 41% dos estabelecimentos fecharam o mês com lucro, e outros 39% apontaram estabilidade financeira. A sondagem foi realizada entre os dias 23 de junho e 1º de julho, com 2.649 empresários de todas as regiões do Brasil.
Apesar do cenário mais animador, especialmente impulsionado pelo bom desempenho no Dia das Mães — uma das datas mais lucrativas do ano para bares e restaurantes —, os desafios financeiros ainda são relevantes. Cerca de 37% das empresas seguem com dívidas em atraso, principalmente relacionadas a impostos federais (73%), estaduais (52%) e empréstimos bancários (37%).
Outro dado que chama atenção é a dificuldade em repassar os aumentos de custos para o consumidor final. Nos últimos 12 meses encerrados em maio, 35% dos empresários afirmaram que não conseguiram reajustar os preços do cardápio. Outros 25% fizeram reajustes abaixo da inflação, 35% acompanharam o índice, e apenas 5% conseguiram aplicar aumentos acima do patamar inflacionário.
A inflação no setor de alimentação fora do domicílio foi de 7,70% no acumulado de um ano, segundo o IPCA. No entanto, alguns insumos essenciais ultrapassaram esse índice, como o café moído (82,24%), a carne (23,48%) e o frango (10,51%), dificultando a manutenção das margens de lucro.
“O dado mais baixo de empresas operando em prejuízo desde dezembro é animador, mas ainda exige cautela. Muitos negócios enfrentam dificuldade para repassar os custos, e itens básicos continuam em alta. A inflação segue pressionando a rentabilidade e obriga uma gestão cada vez mais precisa”, explica Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
Mesmo com os sinais de melhora, o cenário ainda exige atenção e estratégia por parte dos empreendedores, que continuam equilibrando custos elevados e a necessidade de manter preços competitivos diante de um consumidor sensível. A recuperação do setor, embora em curso, segue marcada por desafios estruturais.











