EAT estreia em Hollywood e leva o teatro brasileiro ao centro das discussões sobre consumo e humanidade

Em um feito inédito para o teatro brasileiro, EAT, peça escrita e dirigida por Alex Tietre com co-direção de Bruna Fachetti, estreia em 24 de outubro no Marilyn Monroe Theatre, em Hollywood. A produção, que mistura tensão psicológica e crítica social, propõe uma reflexão sobre consumo, sustentabilidade, identidade e escravidão moderna, colocando dois imigrantes ilegais diante de uma luta pela sobrevivência dentro de um frigorífico abandonado.

A trama gira em torno de Manoel e Leonam, dois homens que, após uma inspeção em um frigorífico interditado, ficam presos no local. Em meio ao frio e ao desespero, enfrentam dilemas morais e existenciais. Manoel, vegetariano convicto, recusa-se a comer carne crua, enquanto Leonam, dominado pela fome, cede ao instinto. O conflito entre fé e necessidade torna-se o fio condutor de uma narrativa intensa que desafia o público a questionar suas próprias escolhas.

“É uma história sobre o que acontece quando a sobrevivência e os valores pessoais colidem, mas também sobre amor e fé”, explica Alex Tietre. “O frigorífico é o palco ideal para discutir os temas que tratamos: o consumo desenfreado, a exploração das pessoas, e a busca por identidade e liberdade em um mundo onde tudo parece ser descartável.”

Com interpretações de Thales Corrêa e Jorge Gaspar, EAT explora temas universais como a sustentabilidade, a escravidão moderna e a conexão humana. A produção marca uma parceria entre Brasil e Estados Unidos, com apoio do Consulado do Brasil em Los Angeles, fortalecendo o intercâmbio cultural e a presença da arte brasileira em um dos palcos mais prestigiados do mundo.

Bruna Fachetti, também diretora e co-criadora, é conhecida por sua atuação na série Monster (terceira temporada), de Ryan Murphy, e por seu trabalho como professora certificada da Técnica de Atuação Chubbuck. Ela é ainda tradutora para o português do best-seller O poder do ator.

O Marilyn Monroe Theatre, localizado no Lee Strasberg Theatre & Film Institute, abriga apenas 99 espectadores, proporcionando uma experiência intimista e profunda. Para Tietre, que iniciou a carreira como preparador de atores e foi o primeiro professor de Larissa Manoela e Bela Fernandes, essa estreia representa um marco pessoal e profissional. “A arte brasileira tem muito a oferecer ao mundo, e EAT é um reflexo disso. Ele transcende a barreira da língua e conecta o público com questões que são relevantes não apenas no Brasil, mas em qualquer parte do mundo”, afirma.

Com apresentações em 24 e 25 de outubro de 2025, em inglês e português, EAT promete unir o refinamento da cena teatral americana à força e à profundidade do teatro brasileiro, provocando o público a refletir sobre liberdade, fé e humanidade em tempos de consumo extremo.