62% dos bares e restaurantes não retomaram vendas da pré-pandemia
Recuperação pode levar pelo menos dois anos, segundo pesquisa
Por João Pimenta | 28 de Setembro 2021
A nova pesquisa realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR), em parceria com a consultoria Galunion, especializada no mercado food service, e com o Instituto Foodservice Brasil (IFB) apontou que 62% dos restaurantes, bares, cafés e lanchonetes ainda não recuperaram as vendas na comparação de julho de 2021 com julho de 2019.
O restante está dividido em 13% que já conseguem faturar nos mesmos níveis e outros 25% que superaram a receita no mesmo período. A pesquisa contou com 800 empresas de diversos perfis, de todos os estados brasileiros, que representam 22.907 lojas. É o maior estudo já feito até hoje no Brasil durante a pandemia envolvendo o setor de food service.
Quanto ao nível de endividamento das empresas do setor, 55% das empresas se declaram endividados. Desse total, 78% devem para bancos, 57% estão com impostos em atraso, 24% têm dívidas com fornecedores e 14% afirmam ter pendências trabalhistas. Do total de endividados, 48% afirmaram que devem levar mais de dois anos para pagar seus débitos e 63% disseram que vão aderir a planos de parcelamento, como o Refis e outros anunciados pelos governos.
Outro dado relevante diz respeito à expansão do delivery. Em média, a receita hoje já representa 39% do total do faturamento das empresas. O número era de 24% no pré-pandemia. 85% das empresas afirmaram que vão manter o delivery com o retorno do funcionamento das lojas e 15% disseram que irão manter apenas as operações presenciais.
Fernando Blower, diretor executivo da ANR, afirma: “A pesquisa aponta de maneira geral o que podemos considerar o início de um processo de recuperação que, certamente, será longo e irá durar alguns anos. Apesar da melhora no índice de endividamento, a grande maioria das empresas ainda sofre as consequências da pandemia e apenas agora, com o avanço da vacinação, a queda nos índices da covid e o retorno gradual dos clientes, começa a se reerguer. De nossa parte, seguimos em defesa dos interesses de todos o setor para a conquista de novos refis, crédito, queda de impostos e ICMS. Só assim conseguirmos acelerar a recuperação”.
“Os resultados reforçam a importância de atuarmos de forma coesa, com todos os elos da cadeia de valor, focando na busca por soluções e iniciativas que apoiem o setor de Foodservice neste processo de retomada”, ressalta Ely Mizrahi, presidente do Instituto Foodservice Brasil (IFB).