As inúmeras viagens do casal Juliana e Benny Burattini Goldenberg sempre foram dedicadas a desvendar roteiros gastronômicos. E as visitas à Itália – passando desde as pequenas osterias a casas estreladas e eventos como o Salone Del Gusto – impulsionaram o desejo de abrir um restaurante, realizado agora com a inauguração do Mangiare. O cardápio foi inspirado na cozinha artesanal das famílias italianas e nas receitas adaptadas pelos imigrantes no Brasil, com pratos que vão além das massas e valorizam os ingredientes na sua mais pura essência e sabor. Localizado na Vila Leopoldina, o amplo galpão de tijolo aparente reúne em um só espaço fornos à lenha para o preparo e finalização da maioria dos pratos; rotisserie, de onde os clientes poderão levar algumas das especialidades para casa, além de adega e empório com uma seleção de produtos especiais.
Inspirados pela rusticidade da cozinha italiana, o cardápio desenvolvido pelos sócios e executado pelo chef Plínio Loiola Arrais apresenta os ingredientes em seus melhores momentos, conservando a riqueza natural de sabores. As porções também lembram os almoços de família de domingo, com pratos comunitários servidos no meio da mesa para compartilhar. Os antepastis listam os clássicos zucchini, pepperonata, alicella, sardella, caponata, além dos cogumelos ao perfume de limão siciliano e o Fritti misti, mix legumes empanados em farinha de trigo e fritos. Completam essa seleção as Carnes Freddas, como a Língua Tonata, uma versão do Vitello Tonato do Piemonte e a Pressatta, uma espécie de terrine feita com carne, ovo, tomate seco e ervas. Nas entradas, destaque para o Bomboni, mini versão do calzone com recheio farto de carne ou espinafre, e para a Seleção de Embutidos à exemplo do Culatelllo di Zibelol (de produção nacional), o filé mignon do presunto cru. Uma boa pedida para comer com as mãos são as Fettas, brusquettas em diferentes versões. A Piemontese leva mix de cogumelos, queijo fondente e raspas de limão; a Bolognesa é feita com feijão branco marinado, alho poro e cotechino, um tipo de embutido a base carne suína; e a Toscaníssima mescla pasta de tutano, vinagrete de cebola roxa, salsão e ervas.
Nos dois fornos à lenha da casa, que foram equipados com um sistema de lavagem da fumaça para retirar suas impurezas antes de lançar na atmosfera, são preparados diariamente todos os grissinis, foccacias e pães do cardápio como o Panne Carasau, pão folha siciliano fino e crocante coberto com Bottarga, manteiga e raspas de limão ou Pesto de Alice. De lá saem também as 11 versões de pizza, batizadas de Cosa Nostra. As sobremesas seguem a mesma linha de receitas da vó, com opções como o Cannolli della nonna, canudos de massa frita sequinha que podem vir com recheio de creme de limão siciliano coberto com pistache ou creme de laranja e raspas de chocolate, e o Tiramissú, que chega à mesa em uma grande taça para o cliente escolher a porção do tamanho da sua vontade. A Crostata é servida com compotas de frutas brasileiras, como manga e goiaba, umbu e até maracujá da caatinga e a Focaccia de uva, acompanha um refrescante gelato di formaggio com calda da mesma fruta.
Do empório, saem as bebidas que podem ser degustadas no próprio restaurante ou levadas para casa pelo mesmo preço. Entre 158 rótulos de vinhos, prevalecem os produtores italianos e toda a carta apresenta informações sobre harmonização com os pratos. Na seleção de cervejas, com mais de 40 opções, a unanimidade é nacional, com bebidas artesanais de microcervejarias do Sul e Sudeste do país. Destaque para a celebrada Colorado, de Ribeirão Preto (SP) e as raras Dama Bier da cidade de Piracicaba (SP) e Eike Bier de Taboão da Serra (SP).