Faz muito tempo que o homem saboreia a pizza. Como todo prato antigo, é difícil especificar sua origem, ainda mais se pensarmos que ela não é nada mais que uma evolução de pão.
Desde que foi descoberta a fermentação da massa de trigo e o forno - graças ao talento dos egípcios, há mais ou menos seis mil anos - começou-se a enriquecer os pães de forma achatada com diversos ingredientes, como azeitonas, ervas aromáticas, etc.
Segundo anotações do poeta Virgílio, os gregos e romanos faziam pães semelhantes. Ele mesmo registrou a receita do moretum, uma massa não fermentada, assada, recheada com vinagre e azeite, coberta com fatias de alho e cebola crua. Se essa mesma massa fosse fermentada, Virgílio teria então a fórmula básica de uma pizza simples.
Em Nápoles, na Idade Média, acreditava-se em duas coisas: no fim do mundo (que chegaria no ano 1000) e nos valores nutritivos do lagano, massa de espessura muito fina, assada e cortada em tiras que ao final era cozida com verduras. Embora tratasse do antecessor do talharim, parece que as variações sobre o lagano originaram o conceito de picea - e não muito tempo depois aparecia, pela primeira vez, na romântica Nápoles, a palavra pizza.
Na verdade, no sul da itália até hoje a idéia de pizza abrange também as massas fritas e recheadas. A verdadeira personalidade da pizza, porém, só surgiu depois que a Europa conheceu o tomate, levado para lá pela América, descobrindo suas ricas aplicações.
Finalmente, no século XVll, Nápoles começa a produzir sua pizza, atiçando a imaginação e a criatividade dos padeiros que enriqueciam o prato usando azeite, alho, mozarela, anchova e os pequenos peixes cicinielle. Alguns "artistas" da culinária começavam até mesmo a dobrar suas massas recheadas, inventando assim o célebre calzone.
Em 1830 foi aberta a primeira pizzaria napolitana, chamada Port Alba, que em pouco tempo se transformou no ponto de encontro de pintores, poetas e escritores famosos da época. Um deles foi Alexandre Dumas, que chegou a mencionar em suas obras as variações de pizza mais populares da segunda metade do século XlX. O autor de Os Três Mosqueteiros, chegou mesmo a anotar a receita de uma pizza feita com banha, touchinho derretido, queijo, cicinielle e tomate.
Outro caso curioso ocorreu em 1889, quando o Rei Umberto l e a Rainha Margherita passavam o verão no Palácio Capodimonte. A rainha já havia ouvido falar muito no prato que se tornara típico daquela cidade. Os comentários na corte eram todos excitantes, mas ela mesma nunca havia provado uma pizza. Foi, então, chamado ao Palácio um conceituado Pizzaiolo, Dom Raffaelo Esposito. Ele e sua mulher foram apresentados ao casal real, conduzidos à cozinha e imediatamente passaram a preparar sua especialidade. Ao final, Dom Raffaelo ofereceu aos reis vários tipos de pizzas - mas a que mais agradou a rainha foi uma que irradiava as três cores nacionais da Itália, verde-branco-vermelho, ressaltadas pela mozarela, pelo tomate e pelo basilicão. Negociante esperto, Dom Raffaelo batizou-a de Pizza Alla Margherita, o que lhe rendeu muitos lucros em seu restaurante e notoriedades históricas na culinária italiana.
Juntamente com a Pizza Napolitana, a Pizza Alla Margherita fez Nápoles conquistar a Itália, e logo, a Itália conquistar o mundo, através do meio mais agradável - o paladar. Junte-se a isso um vinho saboroso e uma canção aveludada para entendermos, afinal, porque a Itália ficará para sempre como a terra do prazer e da paixão.
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Horário: Seg. a Qui. e Dom. das 18h à 0h / Sex. e Sáb. das 18h à 1h
Última atualização realizada em 20/06/2008 11:46:16
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