Tudo sobre vermute

Devido ao resgate da coquetelaria clássica e à maior preocupação com a complexidade de sabor a partir da década de 1990 os vermutes estão em alta. Outro motivo, particularmente no Brasil, é o aumento de consumo de coquetéis aperitivos, como os martini, onde se destacam. 

Vermute é um vinho fortificado, produzido por 70 a 80% de vinho, geralmente branco, adicionado de álcool neutro. Essa mistura é infusionada com botânicos, entre eles, obrigatoriamente, losna artemisia (em alemão, Wermut; de onde vem seu nome). As versões doces são ainda adicionadas de açúcar, geralmente caramelo.

 

Chineses, indianos, gregos e romanos tinham o costume de misturar vinho com diferentes ervas, inclusive a losna. Já os alemães, na Idade Média, tinham o hábito de misturar seus vinhos com a erva, pelos seus benefícios para o sistema digestivo. Aos poucos, o vermute se tornou um aperitivo recreativo, inicialmente comercializado na Itália pela empresa italiana Carpano, em 1786. 

 

Grande parte dos vermutes são fabricados em países que possui como tradição a produção de vinhos, fato visível nos mais famosos vermutes que são da Itália e França. A sua preparação envolve dois processos; o primeiro é a infusão, no qual as plantas e ervas aromáticas são imersas em um recipiente com o vinho e o destilado para que ganhe sabor. Logo após, a mistura é filtrada.

 

 

Três tipos de vermute são os principais. No início, o vermute italiano era doce, e o francês, seco. Mas, atualmente, os produtores de vermute têm suas variações doces, secas e brancas. Veja:

• Doce (sweet, rosso): curiosamente, feito com vinho branco, adoçado com caramelo, o que lhe dá a cor característica. Foi o primeiro a se popularizar no mercado norte-americano, no auge da coquetelaria artesanal do século XIX. Com ele se preparam drinks como Manhattan, Martinez e Negroni.

• Seco (dry): sem agente adoçante. Está presente no famoso Dry Martini (e suas principais variações), além do Marguerite. 

• Branco (bianco): adoçado com açúcar branco. Mais contemporâneo, não aparecendo na coquetelaria clássica. Contudo, com ele se faz a popular Maria Mole da coquetelaria brasileira.
 

 

 

Assim como as demais bebidas alcoólicas, o vermute tem uma grande variedade de marcas presente no mercado. Confira os destaques:

 

• Martini: marca italiana, é o vermute mais famoso no Brasil. Com sua tradição centenária na produção de vermutes, Martini aparce nas variedades Extra Dry, Bianco, Rosato e Rosso.

• Cinzano: de origem italiana, o tradicional vermute Cinzano apresenta a mistura perfeita entre vinho, álcool, açúcar e uma infusão de ervas e especiarias que garantem o sabor único. Presente em diversos bares e restaurantes, no qual pode ser apreciado de maneira pura, com gelo ou como base de algum drink.

• Carpano: também de origem italiana, é um vermute doce sólido que oferece um bom resultado final. A bebida é produzida baseada na antiga receita inventada por Antonio Capano, fundador da empresa. Possui 16% de teor alcoólico. Além do Carpano Classico, são produtos da marca o Punt-e-mes e o Antica Formula.

• Noilly Prat: desde 1813, tem sido um dos vermutes mais respeitados e apreciados do mundo, principalmente na versão Original Dry. É produzido no sul da França com técnicas tradicionais e ingredientes de alta qualidade, resultando em um vermute sofisticado e elegante. Seu sabor marcante e equilibrado é ideal para ser apreciado puro ou em coquetéis.

Dolin: produzido nos Alpes franceses desde 1821, o Dolin é outro vermute clássico. Tem notas iniciais de ervas frescas, seguidas por um sabor complexo e levemente amargo de especiarias, como cardamomo, genciana e quinina

 

 

O vermute pode ser apreciado de maneira simples, com um pouco de gelo e um twist de limão ou uma rodela laranja. Também se faz presente nos drinks mais populares de bares e restaurantes e que conquista cada vez mais o paladar brasileiro. Confira:

 

• Manhattan:

60ml de whisky (rye ou bourbon) • 30ml de vermute doce tinto • 2 dashes de Angostura • cereja • gelo.

Em um mixing glass acrescente os ingredientes e o gelo. Mexa bastante e coe numa taça coupé ou martini gelada. Como garnish, acrescente uma cereja. Sirva.

 

• Negroni:

30ml de Campari • 30ml de vermute tinto • 30 ml de gin • 1 casca de laranja • gelo.

Em um copo baixo com gelo, acrescente o vermute, Campari, o gin, e mexa. Decore com uma casca da laranja e sirva.

 

• Dry Martini:

60 ml de gim • 5 ml de vermute branco seco • 1 azeitona verde • casca de limão-siciliano • gelo.

Coloque gelo em uma taça martini e em um mixing glass. No mixing glass, acrescente o vermute e misture por 10 segundo com uma bailarina, até o copo ficar bem gelado. Dispense o gelo derretido. Coloque o gim no mixing glass e misture por 10 segundos. Dispense o gelo da taça. Transfira o drink para a taça, decore com a azeitona e perfume a taça com a casca de limão. Sirva.