Irmãs Trapistas de Boa Vista podem ser as primeiras mulheres a produzirem as cervejas trapistas
Monjas estão estudando na Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM)
Por João Pimenta | 04 de Fevereiro 2022
As cervejas trapistas possuem uma tradição secular, são supervisionadas pela Ordem Trapista, para garantir a qualidade, e produzidas em 11 mosteiros. Um movimento inédito pode levar as Irmãs Trapistas de Boa Vista a se tornarem as primeiras mulheres trapistas a criarem e produzirem cerveja.
A comunidade, que fica em Rio Negrinho, Santa Catarina, já produz chocolates e geleias para comercialização. Para a construção do mosteiro, elas receberam apoio, inclusive, de mosteiros belgas que produzem cerveja.
Foi a partir do contato com estes abades que surgiu a ideia de desenvolver a produção de cerveja para o mosteiro catarinense. Ao conhecer a iniciativa, a Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM) está subsidiando cursos e equipamentos para que as irmãs obtenham mais conhecimento técnico e possam dar início ao projeto. Elas já concluíram uma formação à distância e agora estão presencialmente na instituição, em Blumenau (SC), ampliando os estudos.
Zulema Jacquelin Jofre Palma, uma das monjas que está estudando na ESCM, comenta: "Nós conhecemos e estudamos os mosteiros que produzem cerveja, mas não pensamos que seria possível nos envolvermos nesse projeto. Como gosto muito de estudar, estamos buscando conhecimento para evoluir e apoiar a nossa comunidade e outras comunidades no mundo".
"Quero que, quando provem a nossa cerveja, as pessoas se conectem também com uma visão mais leve e feliz do que significa a nossa vocação religiosa, porque nós somos muito felizes vivendo desta forma", diz Raquel Watzko, também monja e aluna da ESCM.
A comunidade das Irmãs Trapistas de Boa Vista ainda não faz parte da International Trappist Association (ITA), que designa oficialmente as cervejas trapistas no mundo.