Restrições a restaurantes: perde-se em empregos uma Ford por semana em São Paulo, uma por dia no país
Restaurantes passaram a ser a cloroquina para os governos estaduais
Por João Pimenta | 22 de Janeiro 2021
Os restaurantes sofreram novamente mais restrições de funcionamento, como se fossem culpados da progressão da pandemia.
Não são, qualquer cidadão que frequenta restaurantes sabe disso. Bar que cumpre protocolos, idem. Aponta-se sempre um ou outro bar que não cumpre o protocolo para justificar a punição de todos.
Com as novas restrições, o Estado de São Paulo perde em empregos o equivalente aos fornecidos por todas as linhas de montagem da Ford, por semana, algo como 20 mil. E portanto, serviços, PIB, investimentos, e a construção da gastronomia, etc, que será difícil recuperar.
Ao contrário, o fechamento dos restaurantes obriga as pessoas no horário do almoço a fazerem refeições no fundo da loja, nas ruas e em outros locais despreparados.
O fechamento de bares apenas multiplica festas clandestinas e aglomerações por todo lado, como demonstram os jornais de TV e o crescimento da contaminação entre os jovens.
Os verdadeiros culpados foram ou são eleições, comércio de rua em dezembro, festas natalinas, aglomerações em praias, transportes públicos lotados, pancadões, festas clandestinas, estabelecimentos informais, e logo mais o carnaval, onde boa parte do público não dá a mínima atenção para a comunicação do governo.
Assim, o fechamento de bares e restaurantes é a versão cloroquina dos governos estaduais. Uma espécie de bruxa que continua sofrendo restrições contra todas as evidências. O sacrifício, melhor dizer extermínio, do setor, tem sido inútil.
O setor continuará perdendo, por dia, no Estado, cerca de 300 estabelecimentos, 1.800 empregos, 600 pequenos empresários, uma contribuição de R$ 45 milhões ao PIB e respectivos tributos, R$ 45 milhões de potencial de consumo, de massa salarial etc.
Não bastasse tanta irracionalidade, o setor sofre, ainda, com a disparada da inflação, aumento do ICMS e cobrança desse imposto sobre pescados, continuidade da cobrança de IPTU e comercial, mesmo sem uso dos imóveis (onde anda o Prefeito?), funcionários em estabilidade, empréstimos bancários começando a ser cobrados, IGPM sobre locações em 23,4%, consumidores sem renda, sem empregos, endividados, inseguros, sem vacina. Se essa situação durar mais três meses, não sobrará 20% dos estabelecimentos em condições de reabrir as portas. São Paulo será uma cidade mais triste ainda. A reconstrução demorará muitos anos.
Também nos sensibiliza, e muito, a triste situação vivida pelo país. Continuaremos lutando pela justiça para o setor, mas também contra a COVID e a favor da vida, continuando nossas muitas ações nesse sentido, inclusive, nestes dias, uma intensa campanha pela vacinação. Exigimos a vacina para todos os brasileiros.
Apelamos às entidades civis e religiosas, que agora se organizam para apoiar a vacina, que a ABRASEL SP aderiu, que também lutem pela observação dos protocolos, contra a propagação do vírus.
ABRASEL SP