Café Gourmet Santa Monica
A marca de café realiza tour por sua fazenda e atitudes sustentáveis
Por Michelly Lelis | 16 de Agosto 2020
Em 1985, Arthur Moscofian Jr. criou o café Gourmet Santa Monica. No entanto, por muitos anos o fundador realizou estudos sobre café no Brasil e no exterior e conheceu torrefadoras e diversas fazendas, o que lhe permitiu a descobrir que o melhor café para expresso utiliza grãos 100% arábica. Assim, a Fazenda Santa Monica se tornou a primeira na cultura do café gourmet no Brasil. O café é cultivado na região de Machado, sul de Minas Gerais, e produzido com cuidado em todos os seus processos, desde o nascimento do fruto até a torrefação com máquinas e técnicas exclusivas.
A Fazenda Santa Monica possui uma localização privilegiada: o clima e a altitude de 1100m geram o ambiente ideal para o cultivo de cafés. O solo também é analisado e recebe a reposição dos nutrientes para que os cafeeiros cresçam e produzam os melhores grãos. Ao decorrer de 4 anos, as mudas são adubadas e fertilizadas para que cada cafeeiro atinja o seu potencial, além de receber o processo de fertirrigação, o que garante água e nutrientes a todos os pés de café da Fazendo, mantendo-os saudáveis e com vigor.
A colheita é realizada durante os meses de junho a agosto, quando os pés ficam pesados, cheios de café. No entanto, primeiro é feita uma análise para saber em qual setor os cafés já estão maduros suficientes, e, então, inicia-se a colheita dos grãos “cereja”. Após colhidos, os grãos maduros são selecionados dos demais através de um método que avalia a densidade de cada grão. Em sequência, é mantido os grãos em terreiros secando durante nove dias, pois os cafés se tornam mais saborosos e doces durante a degustação.
Antes de armazenar o café, é realizado um novo processo de seleção, onde provadores de café selecionam e avaliam cada lote retirado da Fazenda, para comprovar a qualidade e selecioná-los de acordo com sua nota. Após, é realizado o armazenamento do café verde em média 1 ano para equalizar as características desejadas. Assim, os grãos passam então pelo processo de torrefação especial para cafés gourmet, em pequenas quantidades. Por fim, o café é embalado imediatamente após torrado para não perder suas propriedades.
Tour pela Fazenda Santa Monica
A marca sempre busca mostrar tudo o que antecede a chegada do café à xícara. O fundador, Sr. Arthur, concede uma aula de como produzir um café 100% puro, de qualidade e com processos de investimento em tecnologia e sustentabilidade. No tour feito pela Fazenda Santa Monica é apresentada as fases da produção artesanal, além de poder experimentar a doçura de grãos cereja, desde o fruto verde, as fases de amadurecimento e suas transições. É explicado detalhadamente como é feita a secagem do café, evidenciando os fatores naturais, vento e o sol como principais agentes no processo de secagem dos grãos, que auxiliam na preservação da doçura e qualidade do produto final.
O processo de fertirrigação, a tecnologia israelense e suas etapas que são praticadas na fazenda há dez anos, é destaque. Nesse método são utilizados defensores químicos e a biotecnologia foi adotada. Assim, com a biotecnologia, são extraídos resíduos da própria natureza e utilizados como defensivos biológicos, de forma que não agridam o ecossistema natural dos seres vivos localizados. A ferramenta é uma forma de manter os recursos naturais de forma equilibrada e, no caso da Fazenda Santa Monica, é um método de controle racional.
Atitudes sustentáveis Café Santa Monica
A Fazenda Santa Monica é uma das pioneiras na utilização de organizamos vivos para fins produtivos e preservação do solo. Como já citado, a biotecnologia é uma ferramenta fundamental para a melhoria na qualidade do produto final, o que resulta no aumento da produtividade, sustentabilidade e conservação ambiental. Para Arthur Moscofian, a preocupação com a sociedade e com o planeta é essencial e caminha juntamente com o anseio de ofertar um dos melhores cafés. Assim, algumas estratégias sustentáveis são adotadas em todos os processos da produção e pós-produção da fazenda.
A biotecnologia, por exemplo, é uma forma de manter os recursos naturais de forma equilibrada. A aplicação dessa prática, consiste no tratamento de resíduos e no controle de pragas nas lavouras e plantações de café. É um método de controle racional e sadio, que tem como objetivo final utilizar os inimigos naturais que não deixam resíduos nos alimentos. Além disso, são inofensivos ao meio ambiente e à saúde da população.
A fertirrigação é uma das práticas utilizadas na Fazenda, em que, como já mencionado, ao longo de 4 anos, as mudas são adubadas e fertilizadas. Assim, garante água e nutrientes a todos os pés de café da Fazenda, mantendo-os saudáveis e com vigor para que as plantas produzam o melhor café gourmet. De acordo com a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a fertirrigação é uma das maneiras mais eficientes e econômicas de aplicar fertilizantes às plantações, pois aplicando-os em menor quantidade por vez, com mais frequência, é possível manter um teor uniforme de nutrientes no solo durante o ciclo da cultura, o que aumentará a eficiência do uso de nutrientes pelas plantas e, logo, a produtividade. A técnica de aplicar fertilizantes via água de irrigação, diferente da aplicação via solo, e é uma alternativa sustentável e efetiva para as plantações.
Além disso, a Fazenda realiza plantação de 100 árvores frutíferas ao ano, um saldo 10 vezes maior que uma fazenda certificada deve cumprir. Tudo isso pensando no benefício sustentável da cadeira natural que cerca a plantação de café, sendo uma forma de chamar atenção de outros seres vivos para frutos que não sejam o café sem ações prejudiciais a eles. Há também a preocupação com o descarte correto das embalagens geradas, após o consumo. No Café Santa Monica existem diversas adequações, como, por exemplo, a oferta de materiais biodegradáveis nas degustações, no caso dos copos em que são servidas as bebidas. Para as demais embalagens, é aplicada a logística reversa através do Selo EuReciclo, no qual trata-se de um selo que certifica empresas que fazem a compensação ambiental das embalagens colocadas no mercado, através de cooperativas responsáveis por reciclarem a mesma quantidade de material produzido.