Antiquarius

Alameda Lorena,1884 - Jardim Paulista, São Paulo - SP - 01424-002

É um templo da culinária portuguesa, com matriz no Rio de Janeiro, e um dos melhores restaurantes de São Paulo. Carlos Perico, o fundador, tem sua filha Maria Eduarda no controle das operações do endereço paulistano. O cardápio, composto de clássicos lusitanos, brilha do couvert à sobremesa. Arroz de pato polvo grelhado na cataplana perna de cordeiro açorda de frutos do mar bacalhau à portuguesa posta alta grelhada e depois levada ao forno com batata, ovo, tomate, alho, cebola, brócolis e azeite. Para encerrar, escolha as tentadoras trouxinhas de ovos ou o divino toucinho do céu.O ambiente leva a clássica assinatura do decorador português Pedro Leitão, também responsável pelo visual do clube Annabels de Londres. Tons abóbora e branco, flores por todo lado (repare no jarrão de flores no centro da mesa de sobremesas), iluminação perfeita, peças antigas à venda, um palco glorioso, enfim.

Já no bar os petiscos vão se multiplicando: bolinhos de bacalhau e croquetes de carne de casca fina e crocante e interior mussoso: angulas (filhotes de enguias) que chegam chiando nas travessinhas de barro: mini-risoles: lulinhas fritas. À mesa, o couvert é de orgia: queijo caseiro branco, patê memorável, pãezinhos, torradas, manteiga, kani e ovos de codorna com molho rosé, lasanha de berinjela, queijo da Serra da Estrela quando é época.

A ementa - caprichosamente escrtia à mão, em letra fidalga - é um passeio por Portugual. Tigelinha de bacalhau à moda de convento, espadarte defumado, pato com azeitonas, alheiras com arroz de brócolis, bacalhau à lagareira, perna de cordeiro à moda de Braga, perdizes ao molho de vilão, bacalhau nunea chega (as pessoas estão sempre a pedir mais), santola fresea gratinada, lagosta abafada, chanfana de cabrito, cozido dominical - fica difícil dizer qual o melhor prato. Como a casa não é ortodoxa, há espaço para iguarias brasileiras como a carne seca desfiada com abóbora, farofa, arroz e caldo de feijão preto, considerada por muitos a melhor do Rio. O prato da Boa Lembrança, cataplana de frutos do mar, é preparado naquela versão lusa da concha da ostra - a cataplana de cobre - onde se misturam pedaços de polvo, lula, mexilhões, cavaquinha, camarão e peixe, no molho rosé cremoso, ligeiramente avivado por gotas de uísque. A turma raspa o prato.