Carnaval sem ressaca: a ascensão das bebidas sem álcool

Com a chegada do Carnaval, a pesquisa Copo Meio Cheio, realizada pela Go Magenta, revela uma mudança significativa nos hábitos de consumo dos brasileiros: a moderação no consumo de bebidas alcoólicas, especialmente entre a Geração Z. Tradicionalmente associada a festas regadas a álcool, a celebração carnavalesca passa a refletir hábitos mais saudáveis e a busca crescente por alternativas sem álcool.

O estudo, que entrevistou mais de mil brasileiros em parceria com a Offerwise, aponta que 62% dos participantes consideraram reduzir o consumo de álcool no último ano. Entre os jovens de 18 a 24 anos, a moderação está diretamente relacionada à busca por autocontrole e ao temor da "ressaca moral", indicando uma mudança cultural no papel do álcool em momentos de lazer.

Para essa geração, a diversão já não está atrelada ao consumo excessivo. Escolhas conscientes têm ganhado espaço até mesmo em festas populares, como o Carnaval. Esse cenário cria novas oportunidades para marcas que apostam em inovação. Dados da Euromonitor mostram que o mercado global de bebidas sem álcool dobrou de valor nos últimos cinco anos, alcançando quase US$ 20 bilhões em 2023, com crescimento de 20% no último ano, superando o das bebidas alcoólicas, que cresceu 8%.

Produtos como mocktails, cervejas e vinhos sem álcool vêm conquistando um público cada vez maior, interessado em experiências mais inclusivas e alinhadas ao bem-estar. Grandes marcas já estão atentas a essa mudança: a Heineken 0.0% patrocina eventos globais como a Fórmula 1, enquanto a Freixenet expandiu sua linha de espumantes sem álcool para incluir vinhos tranquilos. Outras empresas, como a The Spirits, com seu gim Nulla, e a Diageo, que lançou uma versão sem álcool do Captain Morgan após dois anos de pesquisa, também reforçam a tendência.

No Brasil, bares e restaurantes têm investido em menus de mocktails para atender à crescente demanda por experiências sem álcool, especialmente durante o Carnaval. Segundo o estudo, 83% dos entrevistados estão dispostos a experimentar bebidas não alcoólicas, e 89% dos que reduziram o consumo afirmam que a vida social permaneceu igual ou até melhor.

Para as marcas, essa transformação não é apenas uma adaptação, mas uma oportunidade de se conectar de forma mais profunda com as novas prioridades dos consumidores brasileiros.