Desde o início do Jive a questão Tiki foi abordada. Moais e tambores eram vistos pelas paredes e ao início das lendárias noites Jive pássaros ecoavam sobre sons primitivos. O clima exótico e psicodélico culminava numa inusitada fusão de samba-rock, funk, boogaloo, jazz latino, rocksteady, bossa nova, hip hop, surf & lounge music, soul, dub, brasuca 70 e outros ritmos em baladas que marcaram a vida de muita gente.
Alguns dos nomes presentes ao longo dos oito anos de Jive foram Afrika Bambaataa, Asian Dub Foundation, Madlib, Cut Chemist e DJ Pogo, além de muitos dos melhores DJs brasileiros de groove.
Depois da passagem pelo Hotel Cambridge, onde ocupou o bar original hoje inexistente, e da mítica taverna na Caio Prado, o Jive sempre baseado no centro de São Paulo volta a abrir as portas no seu tradicional endereço junto ao Clube Piratininga (Alameda Barros, 376) no bairro de higienópolis, cercado por prédios modernistas e jardins luxuriantes, ambiente perfeito para nossas explorações estéticas e sonoras.
Capitaneado pelos irmãos Marcio Cecci e Alex Cecci aka "DJ Don KB" e pelo DJ e artista MZK responsável pela identidade visual da casa o atual Jive traz em seu interior ao menos duas novidades um Tiki Bar e a Galeria Macarrão.
- Tiki Jive
Nos anos 40 uma cultura denominada Polynesian Pop espalhou-se pelos Estados Unidos. Bares serviam como refugio do estresse gerado pela vida urbana, levando seus frequentadores à paraísos distantes por intermédio de podeosos drinks a base de frutas e decoração extremamente tropical, um personagem importante nesse cenário era o totem tiki, guardião de um modo de vida que o homem civilizado havia perdido. O precursor deste estilo chamava-se "Don the beachcomber" e abriu seu famoso bar em Hollywood no ano de 1934. O estilo Tiki reinou por mais de 20 anos na América até entrar em declínio no final dos anos 60.
Hoje em dia o pop polinésio vem sendo descoberto e resgatado por uma nova geração de músicos, pintores e escultores e ganha admiradores mundo afora, os bares tropicais voltam a proliferar-se e exercem novamente sua influência exótica trazendo deuses de madeira, sons inebriantes e drinks com guarda-chuva.
Um autêntico aborígine brasileiro foi introduzido no universoTiki Jive, a carranca. Figuras antropomórficas, originalmente feitas para decorar e proteger os barcos no rio São Francisco caíram em desuso por volta de 1940, mas continuaram a ser feitas com intuito decorativo e hoje já são consideradas como uma forma nacional de escultura tiki e há algumas decadas ganharam status de arte nas mãos de mestres como Guarani, que fez sua primeira carranca em 1901 aos 17 anos. As carrancas do Tiki Jive foram produzidas pelo senhor Lopomo artista naif brasileiro, que apenas à alguns anos iníciou sua prolífica produção de totens e carancas.
Existe um estabelecimento aberto nesse endereço:
Clube Piratininga de Dança
Alameda Barros,376-Santa Cecília, São Paulo - 01232-000